A economia espanhola cresce no maior ritmo desde o início da crise
A recuperação se consolida com um avanço do PIB de 0,4%, o melhor resultado desde 2008 O consumo e o investimento empresarial estimulam o crescimento, segundo o Banco da Espanha É o terceiro trimestre consecutivo de expansão e o primeiro na comparação ano a ano
A recuperação da economia espanhola se consolidou no primeiro trimestre do ano com um crescimento de 0,4% em relação aos três trimestres anteriores, segundo dados antecipados nesta quinta-feira pelo Banco da Espanha, os quais indicam uma aceleração em relação às taxas registradas no terceiro e quarto trimestres de 2013 (de 0,1% e de 0,2%), que marcaram o final de uma longa recessão. Para encontrar um ritmo maior de crescimento é preciso voltar no tempo até o início da crise, quando no começo de 2008 a economia cresceu 0,5% para entrar pouco depois no túnel da chamada Grande Recessão.
Em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o avanço no primeiro trimestre deste ano é de 0,5%, o que resulta na primeira taxa positiva na comparação ano a ano depois de nove trimestres consecutivos de queda, de acordo com o boletim econômico da instituição.
A leve alta no consumo privado e o investimento empresarial estimularam o crescimento: a demanda doméstica contribuiu com dois décimos para o aumento no primeiro trimestre. Há também uma pequena melhora nos gastos e no investimento das administrações públicas. Os outros dois décimos do crescimento trimestral foram propiciados pelo setor externo, que diminuiu sua expansão em relação à registrada na reta final de 2013.
Em seu boletim de abril, o Banco da Espanha considera “remota” a possibilidade de deflação
Com esses dados o Banco da Espanha confirma suas previsões oficiais, divulgadas em março, que situam o ritmo da recuperação em um crescimento de 1,2% e 1,7% em 2014 e 2015. Essas projeções estão em conformidade com as do gabinete de Mariano Rajoy. O ministro da Economia, Luis de Guindos, vaticinou na quarta-feira que o PIB crescerá em média 1,5% este ano e no seguinte.
Quanto ao risco de deflação, o Banco da Espanha considera “remota” a possibilidade de que se registrem quedas generalizadas e persistentes dos preços para o consumidor, e só as vislumbra no caso de que um risco dessa natureza se materialize em toda a zona do euro.
A instituição espera, porém, taxas de variação muito reduzidas do IPC ao longo do ano, que podem ser até pontualmente negativas. Mas minimiza o risco de deflação, ao prever uma trajetória “ligeiramente crescente” da inflação no transcorrer de 2014 em decorrência da tendência de recuperação do gasto das residências e das menores quedas nos custos trabalhistas (principalmente salários).