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O BC dos EUA vê possível a normalização da economia norte-americana até 2016

A presidenta do Fed assegura que as taxas de juros seguirão no nível atual por um tempo considerável

Janet Yellen, presidenta do BC dos EUA.
Janet Yellen, presidenta do BC dos EUA.Daniel Acker (Bloomberg)

Janet Yellen acha possível que a economia dos Estados Unidos esteja plenamente recuperada da Grande Recessão em uma margem de dois anos. Para então, antecipa a presidenta do Banco Central norte-americano (Federal Reserve, Fed), o mercado de trabalho poderia voltar a estar inclusive em uma situação de pleno emprego. Mas, no curto prazo, a estratégia que será seguida é a mesma: retirar os estímulos de forma gradual.

É o primeiro discurso de política monetária relevante que Yellen pronuncia desde que assumiu a chefia do Fed, no início de fevereiro. As vezes em que falou em público, além disso, marcaram sempre uma clara distinção entre sua posição pessoal e o acordado pelo comitê de mercado aberto em suas reuniões. Ben Bernanke, seu antecessor, falava mais do consenso interno no Fed.

Essa linguagem dupla criou confusão no mercado, que nunca leu a mensagem corretamente. Para aclarar dúvidas, repetiu que os juros estarão excepcionalmente baixos durante um “tempo considerável”. No entanto, deu novos detalhes sobre o roteiro que dá ao mercado e antecipou que vê como algo “possível” o cumprimento das metas de inflação e emprego até o final de 2016.

Isto é, em sua projeção para o médio prazo, está previsto que o pleno emprego seja alcançado já em dois anos. Essa previsão, avalia, “é já um sinal do que conseguiu avançar a economia”.Mas também reconheceu “que é um lembrete do longe que temos de ir”. Uma vez mais, Yellen mostrou que não está satisfeita e explicou que a resposta do Fed será modulada em função da evolução da economia.

Janet Yellen tinha previsto falar no Economic Club de Nova York antes de ser nomeada para dirigir o banco central. Mas isso foi adiado. O ímpeto do último inverno, admitiu, dificultou que fizesse um julgamento exato do estado de saúde da economia. Agora está convencida de que a fragilidade dos dados publicados no início do ano está relacionada em grande parte com o mau tempo.

A presidenta da Fed esclareceu que a política monetária será executada limitando ao máximo as consequências. A próxima reunião está prevista para o final do mês. A retirada da compra de bônus da dívida teve início em dezembro. Depois de três cortes consecutivos, a aquisição de ativos ronda os 55 bilhões de dólares mensais. Os juros estão em 0% desde dezembro de 2008.

A ideia é desmantelar o mecanismo até o outono do hemisfério norte. O primeiro aumento no preço do dinheiro poderia chegar em meados de 2015. Mas Yellen comentou que o nível dos juros dependerá da distância que o emprego e a inflação estiverem das metas traçadas. Em suas palavras, esse foco é uma mostra de que o Fed vai apoiar a recuperação no tempo que for necessário.

Uma vez mais, Janet Yellen põe em evidência que a política do BC dos EUA não vai depender da evolução de um só indicador, senão da informação que for chegando do mercado de trabalho, da inflação e do setor financeiro. Também garantiu que a comunicação de suas estratégias será o mais clara possível, para que o setor privado antecipe qualquer movimento.

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