_
_
_
_
_
Avião desaparecido no Índico

A busca contra o relógio do MH370 no fundo do mar

A Austrália e os EUA retomam as operações com um submarino que pode mergulhar até 4.500 metros de profundidade

Navio australiano no Índico sul, durante a busca do voo MH370.
Navio australiano no Índico sul, durante a busca do voo MH370.REUTERS

Sem um só resto recuperado do avião malaio desaparecido no dia 8 de março com 239 pessoas a bordo, a Austrália acredita que os sinais detectados nos últimos dias correspondam às caixas-pretas do MH370. O tempo estimado de duração, no máximo 40 dias, das baterias dos emissores das caixas-pretas está chegando ao fim. A busca tinha sido retomada na semana passada no oceano Índico, a mais de 2.000 quilômetros da costa noroeste da Austrália, com nove aviões militares, um civil e 14 barcos. Sem sucesso. De modo que na segunda-feira começou uma nova fase: o rastreio do fundo com o submarino autônomo norte-americano Bluefin 21, depois que o navio australiano Ocean Shield detectou quatro sinais rastreando o mar com um aparelho de escuta rebocado por um cabo.

O submarino —em forma de torpedo, de cinco metros de extensão que pode mergulhar a 4.500 metros de profundidade— falhou em sua primeira missão ao voltar automaticamente à deriva depois de ter alcançado a máxima profundidade à que pode chegar. O Bluefin 21 é um submarino teledirigido que utiliza ondas sonoras para receber dados do fundo do mar: “Vai demorar entre seis semanas e dois meses para rastrear a área de busca, seis vezes mais que o aparelho de escuta empregado até agora”, explicou em um comunicado o tenente J.G. Daniel S. Marciniak, porta-voz da lha VII Frota da Armada norte-americana. Quando algum possível resto do avião for encontrado, a onda sonora será trocada por uma câmera para comprovar com imagens se trata-se do MH370.

A enorme área do oceano Índico onde as autoridades malaias consideram que poderia ter caído o Boeing 777 foi diminuída dos mais de 600.000 quilômetros quadrados para os 41.393 que se designaram no sábado. Antes pouco do que nada mas no caso do voo de Air France AF447, desaparecido sobre o Atlântico, demorou 20 dias para localizar o avião com outro modelo de submarino autônomo apesar de a área inicial de busca ser muito menor: 17.000 quilômetros quadrados.

Enquanto segue a busca, o Governo malaio constituiu formalmente na semana passada o grupo que deve pesquisar o ocorrido com o MH370, em que se integram representantes dos EUA, Reino Unido, França, Austrália e China. Este último país tem 153 cidadãos desaparecidos com o avião, o que provocou uma grande tensão entre Pequim e Kuala Lumpur, já que as autoridades chinesas reprovaram o modo que Malásia gerenciou o maior mistério da história no mundo da aviação.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_