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Os talibãs na era do Twitter

O movimento islamita radical está em dia com a tecnologia e aproveita as redes sociais com uma conta no Twitter

Á. E.
Twitter do "porta-voz oficial do Emirado Islâmico do Afeganistão".
Twitter do "porta-voz oficial do Emirado Islâmico do Afeganistão".

Houve um tempo em que os talibãs se comunicavam por telefone via satélite com alguns poucos jornalistas que eles escolhiam para falar. Hoje não mais. Esses barbudos com turbante podem ser retrógrados no âmbito social, mas estão em dia com a comunicação. Hoje estão na Internet e no Twitter.

“A todos os jornalistas, sigam @zabihmujahid para atualizações a cada hora sobre #Afghanistan, em especial notícias relacionadas às chamadas #Afghanelections”, diz o tuíte de Zabihullah Mujahid em inglês.

Mujahid se identifica em sua conta como “porta-voz oficial do Emirado Islâmico do Afeganistão (o nome formal do movimento talibã afegão). Localiza-se em Cabul e, em seu perfil, está também o endereço de um site (alemarahnews.com) que, ao menos do meu servidor, não pode ser aberto.

Normalmente, Mujahid, que com quase certeza é um apelido, tuíta em dari e em pashto, os dois idiomas oficiais do Afeganistão. Mas, conhecedor de seu ofício, ele também recorre ao inglês em ocasiões em que queira ter eco para além das fronteiras de seu país.

Assim ocorreu na terça-feira passada, quando anunciou que o Emirado Islâmico tinha feito “o plano de segurança do regime fantoche para as próximas falsas eleições”, e, em seguida, se remetia a uma declaração em pashto. E, de novo nesta sexta-feira, incitou os jornalistas a ficarem atentos às suas notícias, criando expectativa sobre que vai contar. Dadas as ameaças prévias de seu grupo contra as eleições, cabe temer pelo pior.

Com algo mais de três mil tuítes e outros tantos seguidores, a conta de Mujahid é moderadamente ativa. Mal segue outros seis usuários, um correligionário, um misterioso "Civilian Integration Team", uma rede de televisão norte-americana e mais três usuários. O suave fundo rosa com florzinhas que elegeu para sua página contrasta com a violência com a que tenta impor seus argumentos.

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