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O severo inverno dos EUA poderia afetar o crescimento do México

O secretário de Economia defende que a reforma seja para criar “escudos” contra as mudanças de ciclo no exterior

O titular da Secretaria de Economia do México, Ildefonso Guajardo Villarreal, explicou a investidores de Wall Street que o grande desafio das reformas empreendidas pelo executivo de Enrique Peña Nieto é retomar um crescimento potencial de até 6% anual. A marcha dos Estados Unidos, seu grande vizinho do norte, admite será chave pelas estreitas relações comerciais entre os dois países.

Essa dependência do setor exterior, no entanto, pode jogar contra no primeiro trimestre do exercício em curso pela severidade do inverno na costa leste norte-americana. “A rigidez do inverno teve um efeito em janeiro e fevereiro”, declarou em coletiva de imprensa depois dos encontros. “Mas há muito bons indicadores no setor industrial, que crescem a um melhor ritmo do resto”.

A debilidade dos últimos dados que se publicam nos EUA com respeito ao consumo e a contratação se atribui em parte às intensas nevadas. “É um fato porque sua incidência é automática na atividade econômica e nos recursos que emprega”, explicou o secretário. Neste sentido, ressaltou a importância de que em paralelo tenha uma maior integração com os países da América Latina.

O responsável pela economia atribuiu importância aos ajustes que alguns bancos de investimento estão fazendo em suas previsões sobre o rendimento da economia para 2014. As estimativas apontam a uma expansão dentre 3% e 4%. “Isso não quer dizer que vá ser menos dinâmico”, precisou, assinalando que em qualquer caso suporá uma recuperação com respeito a 2013.

Guajardo Villarreal comentou que a comunidade financeira centra agora sua atenção na aplicação da legislação que acompanha as reformas estruturais. Antecipou que espera que para antes de 30 de abril esteja “processado o pacote legislativo” para a reforma energética. “O desenho dos diferentes instrumentos deve ser o adequado para que dê resultados imediatos”, destacou. O secretário reuniu-se com o conselho editorial do The Wall Street Journal.

O secretário admitiu que a economia do México dependeu até agora enormemente do fator externo, por isso destacou que a partir da reforma em curso se definam estratégias de política industrial que fortaleçam o mercado interno mexicano. Isso, como vem assinalando o Fundo Monetário Internacional e outros organismos, permitirá criar “escudos” contra as mudanças de ciclo no exterior.

Com respeito à mudança proposta para modificar a Lei Federal de Competência Econômica, o alto servidor público recusou as críticas das corporações ao qualificá-las de “infundadas”. Neste sentido, explicou que “se mal interpretou” a iniciativa porque terá um órgão autônomo independente que evitar a interferência do Executivo. “É falso que o Governo vai poder fixar preços. O que se vai regular é o acesso a insumos essenciais”, declarou.

Sobre a questão da violência e da segurança para as corporações estrangeiras presentes no México, indicou que há uma estratégia em andamento para a luta contra o crime. “Os pontos de conflito estão muito localizados e está se fazendo frente”. O secretário adiantou que o Fórum Econômico Mundial tem intenção de celebrar sua reunião sobre a América Latina no México em 2015.

Também se pronunciou Guajardo Villarreal sobre a escalda no preço do limão. O ministro explicou que se trata de um produto sujeito a muitas variações de preços, pelo ciclo de cultivo e por questões comerciais. Mas considera um problema pontual. "Felizmente, não é um bem básico essencial", opinou. No entanto disse que seu departamento está analisando diferentes estratégias "para conseguir uma melhor estabilidade de preços", como uma ação tarifária.

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