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Ecclestone é afastado da direção da F-1 por seu julgamento na Alemanha

O magnata, acusado de suborno e indução à fraude pela Promotoria de Munique, fica afastado da tomada de decisões na Fórmula 1 enquanto durar o processo

O britânico Bernie Ecclestone.
O britânico Bernie Ecclestone.M.Thompson (Getty Images)

A justiça alemã segue pressionando o magnata da Fórmula 1 Bernie Ecclestone, que será processado neste ano por suborno. A Audiência Territorial de Munique ordenou a abertura de um julgamento do multimilionário britânico. Ecclestone, de 83 anos, anunciou sua disposição de colaborar, de modo que poderia comparecer ao julgamento oral que será realizado no final de abril. Após a notícia, a CVC Capital Partners, empresa de investimentos ligada aos direitos de exploração do circo, afastou o magnata da tomada de decisões importantes enquanto durar o processo judicial alemão. A companhia, no entanto, ratifica Ecclestone como gerente do negócio, o que fará com que ele siga relacionado à atividade da F-1 e ao negócio das corridas.

O afastamento de Ecclestone, por ora, está condicionado à decisão da CVC. Agora, a assinatura de contratos e as operações de maior relevância deverão ser aprovadas pelo presidente dessa entidade, Peter Brabeck-Letmathe, e o vice-presidente, Donald Mackenzie.

A Promotoria o acusa de ter pago em 2006, por favores ilegais, 105 milhões de reais (33 milhões de euros) a um banqueiro alemão chamado Gerhard Gribkowsky, que, por sua vez, está preso por um crime de evasão fiscal. Precisamente por causa desses 105 milhões de reais que Ecclestone admite ter dado a ele. Mas seus advogados negam que se trate de um suborno.

Gribkowsky era diretor do ruinoso banco público bávaro BayernLB. Entre suas tarefas estava a administração dos direitos na Fórmula 1, propriedade do banco desde a bancarrota do império midiático de Leo Kirch em 2002. Segundo disse o próprio ex-banqueiro condenado, Ecclestone pagou a ele 105 milhões de reais para mudar a venda do pacote de investimentos do BayernLB no chamado “circo do automobilismo”. Segundo o réu, Ecclestone chegou a ameaçá-lo para manter o controle do lucrativo negócio.

O alemão foi condenado mais de oito anos de prisão em 2012, mas há meses que desfruta do regime aberto e pode trabalhar fora da prisão. Os juristas de Ecclestone o acusam de ter obtido esses privilégios, generosos para o duro sistema judicial alemão, graças à invenção de um depoimento incriminatório contra o britânico.

Os juízes que condenaram o alemão disseram em sua sentença que Ecclestone o tinha “induzido ao delito”. O britânico negou desde o princípio qualquer intenção delituosa nos milionários pagamentos a Gribkowsky, referindo-se a so como um antigo colaborador. Ele diz que a vultosa soma paga a Gribkowsky se refere a uma chantagem feita pelo alemão, que o tinha ameaçado com uma denúncia sobre falsos movimentos financeiros em suas empresas. Os pagamentos efetuaram-se entre julho de 2006 e dezembro de 2007.

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