_
_
_
_
_

Petroleira de Eike Batista faz acordo para tentar saldar dívidas

Empresa, que deu o maior calote empresarial da América Latina, deve ao menos 11,2 bilhões de reais

O empresário Eike Batista e a presidente Dilma, em abril de 2012.
O empresário Eike Batista e a presidente Dilma, em abril de 2012.RICARDO MORAES (REUTERS)

Após dar o maior calote empresarial da história da América Latina, a petroleira Óleo e Gás Participações (OGP), antiga OGX Petróleo e Participações, anunciou que fechou nesta terça-feira um acordo com credores internacionais para tentar reduzir sua dívida, que chega a 11,2 bilhões de reais, e recapitalizar a empresa. A empresa fundada pelo brasileiro Eike Batista, que já figurou entre os homens mais ricos do mundo, entrou em recuperação judicial em outubro.

Agora, sua dívida será convertida em ações após a conclusão dos acordos com os credores. A informação foi dada por meio de um comunicado de fator relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A expectativa é que, com a operação, a participação de Eike na companhia cairá dos atuais 50% para cerca de 5%.

A derrocada da OGX começou quando a petroleira iniciou sua produção, em 2012, no campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Menos de cinco meses após ser apresentado aos investidores como uma grande descoberta petrolífera, o campo marítimo revelou que seu potencial era uma fração mínima do anunciado. Por isso, acumulou uma série de dívidas sem garantias, o que obrigou a empresa a fazer o pedido de recuperação judicial para se proteger. A OGX era a maior empresa do grupo EBX, de Eike. Ao fazer esse pedido, as ações da empresa, que já chegaram ao posto de 6ª mais importante da Bolsa de Valores de São Paulo, foram retiradas do índice.

Pelo acordo anunciado no dia 24, os créditos de 13, 6 bilhões de reais serão convertidos em ações. Os investidores também devem fazer um aporte de 200 milhões a 215 milhões dedólares, "destinado ao custeio das operações da companhia e de suas necessidades de fluxo de caixa".

"A implementação do Plano de Recuperação Judicial permitirá a superação da atual crise financeira da companhia, assegurando a continuidade de suas atividades, com o pleno atendimento de seus objetivos e função social", afirmou a companhia no comunicado.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_