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FUTEBOL | REAL MADRID

Florentino Pérez: “Há uma campanha contra o futebol espanhol”

O mandatário defende as operações urbanísticas examinadas pela Unión Europea "Todo fez-se conforme à Ley. Já teve denúncias que nem sequer se aceitaram", diz

Florentino conversa com Miguel Cardenal.
Florentino conversa com Miguel Cardenal.CARLOS MARTINEZ (DIARIO AS)

Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, foi taxativo: "Há uma campanha contra o futebol espanhol". Em uma coletiva para jornalistas, ele defendeu o gerenciamento urbanístico e a permuta de uma parcela territorial de Las Tablas com a Prefeitura de Madri, sob a lupa da Comissão Europeia, que considera que o município favoreceu a entidade ao valorizar em 22 milhões terrenos que 13 anos antes, em 1998, eram estimados em 595.000 euros. "Tudo se fez conforme a lei. Já houve denúncias que nem sequer foram aceitas", ressaltou Pérez.

O time, junto ao Barcelona, Athletic y Osasuna, está sendo investigado pelas vantagens fiscais derivadas da não conversão do clube em Sociedades Anônimas Desportivas (SAD). A este respeito, Floretino destacou: "Esse imposto de sociedades foi tão prejudicial que se considerarmos os últimos 10 anos pagamos 13 milhões de euros a mais. Quando chegar uma comunicação oficial, darei uma coletiva de imprensa para deixar isso claro".

Ele destacou ainda que a Lei do Esporte de 1990 que permitia os clubes se converterem em SAD trouxe inconvenientes. "Temos que pagar todas as perdas de um ano. Quando cheguei em 2000 poderia ter investido capital e combinar com o clube, mas tive que garantir com meu patrimônio pessoal os contratos".

Danou-se muito gravemente a imagem do futebol espanhol" Miguel Cardenal, secretário de Estado para el Deporte

Na mesma linha pronunciou-se o secretário de Estado para o Esporte, Miguel Cardenal, que chegou a assegurar que "se prejudicou muito gravemente" a imagem do futebol espanhol. "Interessei-me especialmente pelo assunto fiscal dos quatro clubes que não são sociedades anônimas esportivas e pedi os exercícios fiscais dos últimos quatro anos, e os possíveis benefícios chegariam a 100.000 euros por equipes e ano", assegurou Cardenal, que qualificou esta quantidade como "assunto miúdo". "Dizer que há ajuda do Estado é sem cabimento", destacou o secretário de Estado; "acho que é indispensável que Almunia, com a trajetória política que tem, de um amplíssimo percurso, esclareça a dimensão do problema".

O presidente da Liga de Futebol Professional, Javier Tebas, também opinou sobre as investigações de Bruxelas. Segundo ele, se os clubes espanhóis são questionados é devido aos sucessos. "O futebol espanhol está em destaque porque ganha muitos títulos", assegurou o responsável pela LFP, que também afirmou que "que um princípio de investigação não quer dizer nada".

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